Divagações da Bruma

Viagens da minha cabeça, do meu sentir, do meu ser, do meu existir... as memórias, o sabor de experimentar, ganhar asas e voar, desvendar os mistérios da bruma, os meus.

06 maio, 2008

Sinestesias...

Viver é sentir. Experimentar, provar de tudo, ir ensaiando.

Sentidos são partes de nós. Vivemos de, para, com sentidos. Mais ou menos desenvolvidos. Mais ou menos esculpidos. Mais ou menos conscientes. Buscamos sentidos, vou definindo os meus. Percebendo a minha massa, a minha essência. O que sou, como sou, do que gosto, do que não gosto, o que quero, o que não quero. As inúmeras possibilidades e mais as que posso vir a criar. Há que acreditar, desejar, explorar, sair de nós! Sem medo do que está porvir. Acordar para o resto do mundo, há tanto a sentir. Tanto por saborear, cheirar, tocar, ouvir, ver! Dar o salto, por cima das barreiras, desses limites pessoais, ser flexível, ir mais além. O desconhecido pode ser assustador, mas igualmente belo, nada de negar esta experiência única; a vida!

Sentir a alma! A beleza de se ser mais do que aquilo que conhecemos de nós, sou um mundo em mim. Voar e sentir! Desgrudar dos ciclos harmoniosos, tais vícios que impedem a evolução pessoal. Despir a dependência. Despir o preconceito, o juízo de valor, os falsos moralismos, as ilusões, os mundos utópicos, as hipérboles românticas desconexas da realidade.

Sentidos que me levam em viagens interiores e mais. Viagens de memórias e gostos e daquilo que ainda está por saber. Já provei de tantas coisas. Guardo os sabores, dos mais doces aos mais amargos, dos picantes e até azedos, mesmo dos que me levaram às lágrimas. Os sons e ruídos, as palavras, os ecos, a música, até a estática. As imagens, as fotos, os momentos, as cenas, os quadros e os filmes, o belo e o horror. O tocar e ser tocada, a pele sedosa e macia, o áspero e até o rugoso, o calor e o frio, a chatice do que nem aquece nem arrefece, o apalpar, agarrar. O cheiro que leva à loucura, que turva o consciente, o prazer, os perfumes individualizados e os que se vão misturando, o odor, os cheiros da pele tão personalizados, dos lugares, dos objectos… São apenas algumas formas de descobrir os sentidos, mas a forma como o fazemos é pessoal, depende do quanto se quer voar, do que se quer descobrir e como, onde e com quem.

Sei qual o meu sentido dominante, aquele que me eleva, me transforma e transporta a outras dimensões, a outros níveis… é saliente, transparece. E ainda me falta tanto de tanta coisa, de tanta gente, de tanto lugar, meu e do mundo.

Tanto sorriso, gargalhada, imagem, arte, cor, sabor, palavras, poemas, melodias, lugares, países, interiores, exteriores, ideias, olhares, gentes e mais e mais e muito mais… querer agarrar o mundo com as mãos e beijar intensamente, sentindo com os 5 sentidos e mais 1; o mítico 6º… :P


Nota: Este texto está tão aquém do que gostaria que fosse, do que poderia ser. Há tanto a dizer, a expressar sobre tudo isto. São ideias em bruto a guardar e mais tarde voltar a encontrar e continuar, fica apenas um cheirinho do sentir. Fica assim, aqui presente, a ideia da existência real da imperfeição, que nem tudo é como gostaria que fosse, há portanto, um longo caminho a percorrer, mas certa de que a perfeição é pura ilusão! BB.